segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Hélio Delmiro e Pascoal Meirelles abriram a série “Música na Arlequim” neste último fim de semana



Pode-se dizer que os amantes da boa música brasileira e do jazz que assistiram às apresentações de Hélio Delmiro, neste último sábado, e de Pascoal Meirelles, no domingo, se deliciaram com a maestria dos músicos, ao sabor também dos deliciosos pratos, quitutes e vinhos do refinado Café Arlequim.


No sábado, Hélio Delmiro mostrou por que é considerado um dos maiores violonistas brasileiros em atividade. Após uma minuciosa passagem de som, para atingir qualidade de áudio impecável, o músico empunhou seu violão elétrico e apresentou um repertório de fino gosto. Cumpriu o prometido e não esqueceu dos standarts, como “Night in Tunísia” e “My Foolish Heart”. Mas o ponto alto do show foi quando Hélio preparou-se para tocar o “Samba do Stent”, uma brincadeira do compositor com os problemas cardiovasculares que sofreu ano passado. Esbanjando simpatia com a platéia – na verdade, Hélio por diversas vezes estabeleceu um bate-papo com o público, envolvendo-o não apenas com acordes, mas com “causos” curiosos. “Emoções”, de Roberto Carlos, ganhou uma nova roupagem, mas delicada, com uma sonoridade diferente da canção consagrada na voz do Rei. Encerrando a apresentação, a pedido de uma platéia ávida por “Samambaia” – clássico do violonista com César Camargo Mariano - presenteou o público com trechos da obra.







O baterista Pascoal Meirelles, no dia seguinte, levou seus tambores, pratos, tamborins e outros elementos de percussão para a Arlequim e, acompanhado por Alex Carvalho (guitarra) e Sérgio Barroso (contra-baixo), demonstrou seu total domínio do instrumento, trabalhando com a linguagem jazzística com primor. Para abrir o show, dividido em dois sets de 40 minutos, “Chovendo na Roseira” foi o indício de que uma verdadeira aula de improvisação e destreza instrumental viria em seguida. E foi o que aconteceu, com o trio interpretando “Maracatudo”, de autoria do próprio, e recebendo, logo depois, o saxofonista Mike Tucker, que soube acrescentar com raro talento o instrumento ao grupo de Pascoal. O primeiro set terminou com “Pro Moura”, de autoria do próprio baterista, dedicada ao saudoso Paulo Moura – uma gafieira eletrizante que deu o tom do que viria no set seguinte. Os últimos 40 minutos confirmaram a exímia técnica dos músicos, que fizeram de “Tom” e “Ponteio” os carros chefes para desfilar um repertório que soube animar, com estilo, a tarde do Paço Imperial.

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