Rogério Souza e Jens Viggo, no sábado, e Fernanda Canaud, no domingo, fizeram de “Música na Arlequim” o programa perfeito para um fim de semana chuvoso
Os violonistas Jens Viggo e Rogério Souza recebem a canja do percussionista Maximiliano Natale
O tempo frio e chuvoso não afugentou quem procurava boa música ao vivo, neste último fim de semana. Ao som dos violonistas Rogério Souza e Jens Viggo, no sábado, ou ao piano de Fernanda Canaud, no domingo, a platéia vibrou com um repertório amplo de releituras e composições autorais.
O carioca Rogério Souza e o dinamarquês Jens Viggo empunharam seus violões para apresentar um repertório eclético e, quase todo, autoral. O percussionista Maximiliano Natale, que no sábado anterior já havia apresentado seu virtuosismo no pandeiro, voltou a dar sua canja, sempre oportuna. Abriram o show com três músicas de Jens Viggo: “Frevo da Aurora”, “São Cristóvão” e “Blues for Dali”, que refletiram a cumplicidade técnica entre os violonistas, o talento na condução dos solos, convenções e frases. A complexidade das obras de Viggo fez Rogério Souza falar ao microfone: “As músicas dele são trabalhosas! Várias páginas de partitura!”. O samba acelerado e corrido de “Chará”, de Baden Powell”, e o clássico “Manhã de carnaval”, de Luiz Bonfá, foram as únicas releituras de um repertório marcado especialmente pelas obras de Viggo, com algumas incursões nas composições de Rogério Souza, como foi o caso de “Saudade” e “Sexta-feira na Lapa”, ambas do violonista carioca. Jens Viggo apresentou ainda composições que não esconderam suas raízes flamencas, reservando parte do show para uma apresentação solo. No mais, os violonistas mostraram, com técnica e talento, os diálogos entre culturas diferentes, abrindo fronteiras artísticas e, claro, encantando o público.
O carioca Rogério Souza e o dinamarquês Jens Viggo empunharam seus violões para apresentar um repertório eclético e, quase todo, autoral. O percussionista Maximiliano Natale, que no sábado anterior já havia apresentado seu virtuosismo no pandeiro, voltou a dar sua canja, sempre oportuna. Abriram o show com três músicas de Jens Viggo: “Frevo da Aurora”, “São Cristóvão” e “Blues for Dali”, que refletiram a cumplicidade técnica entre os violonistas, o talento na condução dos solos, convenções e frases. A complexidade das obras de Viggo fez Rogério Souza falar ao microfone: “As músicas dele são trabalhosas! Várias páginas de partitura!”. O samba acelerado e corrido de “Chará”, de Baden Powell”, e o clássico “Manhã de carnaval”, de Luiz Bonfá, foram as únicas releituras de um repertório marcado especialmente pelas obras de Viggo, com algumas incursões nas composições de Rogério Souza, como foi o caso de “Saudade” e “Sexta-feira na Lapa”, ambas do violonista carioca. Jens Viggo apresentou ainda composições que não esconderam suas raízes flamencas, reservando parte do show para uma apresentação solo. No mais, os violonistas mostraram, com técnica e talento, os diálogos entre culturas diferentes, abrindo fronteiras artísticas e, claro, encantando o público.
Fernanda Canaud fez um recital com muita técnica, precisão e sensibilidade
Domingo foi a vez de Fernanda Canaud, que fez um delicioso passeio do clássico ao popular, enfeitiçando a todos com seu nível técnico e sensibilidade altíssimos. A pianista abriu o recital com uma peça de Cláudio Santoro (“Paulistana”) – a delicadeza de seus dedos e a suavidade nos movimentos davam a idéia do que havia por vir. Guerra-Peixe (“Prelúdio Tropical”), Edino Krieger (“Sonatina”) e Radamés Gnattali (“Prenda minha / Pretensiosa / Motto contínuo”) deram seqüência ao repertório, que transitou agradavelmente entre os diferentes estilos. Fernanda arriscou, ainda, uma peça de sua autoria, “Prelúdio”, a única de um leque de releituras. Revisitou composições de Almiro Zarur (“Valsa triste / Molequinho / Noite de Seresta”), cuja obra ganhou a interpretação de Canaud em recente disco. “Valsas”, de Aloísio de Alencar Pinto, anunciaria o fim do recital, que encerrou com Ernesto Nazareth (“Coração que sente / Odeon”) em alta performance da pianista, que, durante toda a apresentação, mostrou a sabedoria nas pausas, nos respiros, na maestria dos pequenos toques, com muito apuro e precisão, em tonalidades diferentes. Certamente, deu um pouco mais de brilho ao domingo chuvoso e cinzento.