Cecília Zabala e Diego Penelas fizeram do sábado uma bela experiência sensorial na fusão de elementos culturais argentinos com o pop. No domingo, Graziella Wirtti e Matias Arriazu deram uma pequena amostra de como é vasta a produção musical latina
Neste último fim de semana, a Arlequim foi palco da diversidade cultural de nosso continente, com os shows de Cecília Zabala e Diego Penelas, no sábado, e Graziella Wirtti e Matias Arriazu, no domingo.
Diego Penelas e Cecilia Zabala mostraram sua fusão da música argentina com o pop
A partir de composições próprias e releituras de Cuchi Leguizamón, os argentinos Cecília Zabala (voz e violão) e Diego Penelas (voz e piano) esbanjaram versatilidade e delicadeza, apresentando um pouco de sua fusão latina com o pop e o folk. A cantora aproveitou a primeira passagem da dupla no Brasil para mostrar um pouco do elogiado “Presente Infinito” (2011), assim como Diego, que aproveitou a apresentação para incluir algumas de suas canções do recente “Em la espalda de los dias” (2011).
A dupla encantou a platéia com a delicadeza e sutileza dos arranjos
De pronto, a platéia pôde, logo no início, atestar a versatilidade na improvisação dos temas, com duetos vocais em frases melancólicas, doces e finamente executadas. Um alento foi a deslumbrante soma uníssona dos timbres vocais da dupla em arranjos belíssimos. Indo de encontro ao ritmo acelerado dos blocos carnavalescos que embalavam as ruas adjacentes, os argentinos deram outra tônica ao espetáculo, sugerindo leveza e admirável rebuscamento. Fizeram da Arlequim uma antítese frente ao alvoroço folião.
Graziella Wirtti e Matias Arrizau resgataram clássicos do cancioneiro sul-americano
No domingo, a cantora Graziella Wirtti e Matias Arriazu, imbuídos da mesma proposta de resgatar raízes folclóricas de nosso continente, também contribuíram de forma estonteante para fazer da Arlequim um oásis em meio ao ritmo do pré-carnaval das ruas. Com um repertório que misturava composições autorais e clássicos do cancioneiro sul-americano, a dupla deu uma pequena amostra da vasta produção musical brasileira e de nossos vizinhos.
Graziella, jovem de traços finos e delicados, é dona de uma voz poderosa, implacável na condução vocal e nas formas de expressão corporal, um ponto a se considerar, com certeza. Matias Arriazu por diversas vezes aproveitou as sincopas e a energia das canções, acompanhando de forma percussiva o violão, numa execução que os batuques no corpo do instrumento e a “pegada” rítmica deram o tom na maior parte do show. Revisitando obras do cancioneiro argentino, uruguaio, chileno e brasileiro, a dupla apresentou uma notável cumplicidade na forma de diálogos bem sutis. Encerraram a programação da Arlequim em alto estilo, ou melhor, em estilos diversos!
Fabio Cezanne
Assessoria de ImprensaFabio Cezanne
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