quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Dois Tributos a Dois Gênios da Música na Arlequim

Neste segundo semestre de 2011, a Arlequim tem realizado grandes eventos musicais no seu espaço. Além das apresentações de choro e tango, obrigatórias nas tardes de sábado, a loja realizou neste período homenagens a dois distintos gênios da música: Candeia e Miles Davis. Os dois, apesar de representarem universos musicais aparentemente tão desconexos, se complementam no mesmo espaço quando são tratados com o mesmo teor de importância. O samba e o jazz, gêneros vibrantes da música do século XX, são dois pilares que compõem a identidade e o espaço musical da Arlequim, como também a música clássica, o choro e, mais recentemente, o tango.

A homenagem ao mestre Candeia foi marcante. Realizado no dia do seu aniversário de nascimento, em 17 de agosto, quando faria 76 anos, o evento festejou o relançamento de três grandes obras do sambista pelo selo Discobertas e contou com grandes convidados. A talentosa cantora Nina Wirtti deu o seu recado interpretando alguns clássicos do mestre ao lado do violonista Rafael Mallmith. O radialista e produtor Adelzon Alves, com o dom da oralidade e o conhecimento da história do samba, prestou um depoimento emocionante sobre a vida e a obra de Candeia. Os compositores portelenses Waldir 59 e Noca da Portela contaram histórias do amigo e parceiro musical e o produtor Marcelo Fróes apresentou as reedições das obras “Samba da Antiga”, “Seguinte:... Raiz Candeia” e “Samba de Roda”. A festa, que foi transmitida ao vivo pela Web Rádio Viva o Samba, terminou com o partido alto do grupo Roda de Samba do Quilombo de Candeia, apresentado por Selma, filha de Candeia.


No dia 10 de setembro foi a vez de prestarmos uma homenagem a Miles Davis. O evento inaugurou a Exposição Miles-Orixá, uma reunião de 14 fotos que retratam o trompetista em sua passagem no Canecão, no Rio, em 1986. O fotógrafo Gilson Barreto captou e evidenciou os movimentos e olhares do músico, que estava na sua última fase de sua camaleônica carreira, como um trompetista-orixá carregado pelo som pop dos anos 80. A exposição, que tem a curadoria de José Diniz, permanecerá na Arlequim até o dia 29 de dezembro. O tributo a Miles contou ainda com a excelente apresentação organizada pelo baterista Roberto Rutigliano, que formou um quinteto com Arimatéia (trompete), Tomás Improta (piano), Fernando Trocado (sax) e Tony Botelho (baixo). O produtor e radialista Jota Carlos também participou contando um pouco sobre algumas histórias do Miles e das duas passagens do trompetista no Brasil.

Ronald Iskin, Fernando Guilhon e Marcio Pinheiro


Assista trechos dos dois tributos:








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